Origem e infância
Amácio Mazzaropi nasceu em 9 de abril de 1912, no bairro Santa Cecília, São Paulo.
Filho de Clara Ferreira e Bernardo Mazzaropi, imigrantes portugueses e italianos, passou boa parte da infância em Taubaté e Tremembé, onde conviveu com a cultura local e foi fortemente influenciado pelo avô materno, um violeiro e dançarino de cana verde. Desde cedo, demonstrou gosto pelo palco, adorava declamar nas festas escolares.


Primeiros Passos no Teatro
Mazzaropi era fascinado por circos e as apresentações teatrais. Aos 14 anos, juntou-se ao Circo La Paz para se apresentar com o faquir Ferry. Entre os números do faquir, o menino jovem contava piadas. De volta à Taubaté, atuou em peças escolares e, posteriormente, na Trupe Carrara. Em 1934 fundou sua própria companhia, a Trupe Mazzaropi.

Consagração no Rádio e Cinema
Na década de 1940, Mazzaropi ganhou notoriedade nacional ao entrar na Rádio Tupi, com o programa Rancho Alegre.
Na TV Tupi, estreou em 1950, com o primeiro programa de humor da tv brasileira.
Em 1951, iniciou sua carreira cinematográfica ao ser descoberto por Abílio Pereira de Almeida, da Companhia Vera Cruz, protagonizando Sai da Frente (1952). A produção abriu caminho para filmes icônicos, como Candinho (1953) e Jeca Tatu (1960), que consolidaram seu sucesso como o “caipira do Brasil”.



O caipira do Brasil
Produções Independentes e Contribuição ao Cinema Nacional
Em 1958, criou sua produtora PAM Filmes, financiando e distribuindo seus próprios filmes.
Em 1960, adquiriu uma fazenda em Taubaté, transformada em estúdio cinematográfico. Mazzaropi lançou obras que se tornaram marcos do cinema nacional, como Jeca Tatu (1960), Tristeza do Jeca (1961) e O Corintiano (1967), abordando com humor questões sociais e a identidade brasileira.
Nos anos 1970, investiu na construção de um complexo de estúdios e de um hotel em Taubaté.

Consagração no Rádio e Cinema
Amácio Mazzaropi participou de 32 filmes. Foi uma referência para o cinema independente. Seus personagens caipiras, cheios de humor e carisma, ajudaram a moldar a identidade do cinema nacional.
Mazzaropi faleceu em 1981 e seu legado continua vivo pela sua grande audiência por diferentes gerações.
Em 1985, o conjunto das construções foi adquirido pelo seu amigo João Roman Júnior que deu início ao que hoje é o Hotel Fazenda Mazzaropi. Em 2010, foi inaugurado o novo prédio do Museu Mazzaropi.
Frases
“Mazzaropi é um dos grandes gênios do cinema nacional. Enquanto o país estiver como está, os filmes do Jeca irão atrair público, porque retratam um Brasil puro, sério e honesto, de que todos temos saudade.” Grande Otelo, ator.
“Natal em casa, com presentes e mesa farta, só acontecia quando no cinema da família passava filme do Mazzaropi.” Renato Theobaldo, cenógrafo.
“Conhecer a história de Mazzaropi nos leva à mesma inquietação que já era dele: como trabalhar com independência no cinema.” Claudio Marques, curador Museu Mazzaropi.
“Eu não faço cinema sobre o Brasil. Eu faço cinema para o Brasil.” Mazzaropi.
“Há muitas maneiras de abordar o cinema de Mazzaropi, mas desde já fica esta afirmação: o cinema de ‘Mazza’ é um cinema político atuante.” Jean-Claude Bernardet, crítico, cineasta e escritor.
“Mazzaropi alcançou, no cinema, o mais alto nível de sua arte. É hoje, sem nenhum favor, um artista de categoria mundial.” Austragésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras.
“O melhor dos seus filmes é simplesmente ele próprio.” Paulo Emílio Salles Gomes, crítico.